Browsing by Author "Souto Moura, T"
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- Impacto da Pandemia na “Urgência Não-Covid” – Estudo RetrospetivoPublication . Batista, ME; Barbosa, S; Souto Moura, T; Pereira, M; Fonseca, PIntrodução: O novo coronavírus (SARS-CoV2), que resulta na infeção COVID-19, ameaçou os sistemas de saúde em todo o mundo, testando limites, desafiando capacidade de resposta, gerando ondas de choque com impacto colossal - Portugal não escapou à regra. A imposição de confinamento em meados de março de 2020, aliada ao receio da transmissão viral, conduziu a um decréscimo de afluência ao Serviço de Urgência (SU), sobretudo no que concerne a patologias médicas não relacionadas a COVID-19. O presente estudo visa compreender a realidade do nosso Centro Hospitalar. Objetivos: Comparar número e gravidade dos doentes sem diagnóstico de COVID-19 durante um ano de pandemia, com o período homólogo do ano anterior. Material e métodos: Estudo observacional retrospetivo das admissões no SU sem diagnóstico de COVID- 19, bem como dos destinos atuados pela especialidade de Medicina Interna. A população estudada integrou 2 períodos: abril de 2019 a março de 2020 - Pré-Pandemia (PP); abril 2020 a março de 2021 - Pandemia (P). Foram consultados processos clínicos, colhidos dados demográficos e critérios de gravidade (triagem de Manchester), analisados destinos/resultados (alta, consulta externa, internamento, óbito). A análise comparativa foi concretizada em Excel. Resultados: Foram incluídos 120341 doentes - 60,58% (N=72904) no período PP e 39,42% (N=47437) no período P, constatando-se um declínio estatisticamente significativo [U (Npp=12, Np=12)=1, z=38, p<0,01]. A mediana de idades foi 53 anos PP [mínima (min) 15, máxima (máx) 110] e 55 anos no período P (min 15, máx 106), predominando a faixa etária dos 20-29 anos [17,01% (N=12397), 14,66% (N=6954), respetivamente]. O género feminino, maioritário em ambos os períodos, representa 53,89% (N=39285) no PP e 51,29% (N=24330) no P. A triagem “urgente” (amarela) prevalece no PP [46,74% (N=34076)], ao invés do retratado no período P, onde domina o “pouco urgente” (verde) [43,48% (N=20627)]. Destaca-se o incremento de 2% na atribuição de triagem “muito urgente” (laranja) no período P [8,30% (N=6053) vs10,27% (N=4872)]. Relativamente a destinos: Período PP - alta 73,66% (N=53704), consulta externa (CE) 12,55% (N=9146), internamento 13,45% (N=9802), óbitos 0,35% (N=252); período P - alta 69,24% (N=32844), CE 11,26% (N=5343), internamento 18,73% (N=8883), óbitos 0,77% (N=367). Conclusão: A significativa redução de afluência à "urgência não-covid” pode explicar-se pelos períodos de confinamento e recomendações para evicção de contactos, a par do receio instalado em torno das instituições de saúde. Este combinado de circunstâncias atingiu gravemente o binómio paciente-cuidados e, por consequência, o seguimento e controlo da doença crónica, engrossando os níveis de internamento. Todavia, analisando os dados referentes à triagem de Manchester, nos dois períodos, as diferenças demonstradas não transmitem os níveis de gravidade efetivamente encontrados.
- Impedimentos à Prescrição de Anticoagulação na Fibrilhação Auricular e Atitude Face aos Novos Anticoagulantes OraisPublication . Pereira-da-Silva, T; Souto Moura, T; Azevedo, L; Sá Pereira, M; Virella, D; CHLC CINVIntrodução e Objetivos: Avaliar a taxa de prescrição de anticoagulantes orais na fibrilhação auricular, os fatores associados à não prescrição, os motivos referidos pelos clínicos para não prescrição de anticoagulantes incluindo os de nova geração e realizar estudo evolutivo a médio prazo. Material e Métodos: Estudo prospetivo sobre casos consecutivos de doentes com fibrilhação auricular com alta hospitalar. Registaram- se os scores CHA2DS2VASc e HASBLED, comorbilidades associadas e a medicação prévia e à data de alta. Na alta hospitalar, o médico assistente indicou em questionário o motivo de não prescrição de anticoagulantes orais e dos novos anticoagulantes orais. Exclusão: contra-indicação absoluta para anticoagulação, CHA2DS2VASc ≤ 1 e doença valvular. Os doentes foram reavaliados um ano após o recrutamento do primeiro doente. Resultados: Identificaram-se 103 candidatos a anticoagulação oral (79,6 ± 8,0 anos; CHA2DS2VASc 5,8 ± 1,4; HASBLED 2,6 ± 1,0; HASBLED ≥ 3 em 55,3%); os anticoagulantes foram prescritos em 34,0%. Fatores associados à não prescrição por ordem decrescente de relevância: uso prévio de antiagregantes, doente acamado e/ou demente, ausência de insuficiência cardíaca e número de fatores de risco hemorrágico. Razões invocadas para não prescrição por ordem decrescente de frequência: risco hemorrágico elevado, pequeno benefício, incapacidade de seguir o esquema terapêutico e dificuldade na monitorização da razão normalizada internacional(INR). Os novos anticoagulantes não foram prescritos e as razões invocadas foram, por ordem decrescente de frequência: informação insuficiente sobre estes fármacos, risco hemorrágico elevado, custo elevado e pequeno benefício. Aos 8,2 ± 2,5 meses de estudo evolutivo 33,3% dos doentes encontravam-se sob anticoagulação sem que os novos anticoagulantes tivessem sido prescritos. Conclusões: Nesta amostra, a taxa de prescrição de anticoagulação oral foi baixa e o fator mais associado à não prescrição foi o uso prévio de antiagregantes. O impedimento à prescrição mais referido foi o risco hemorrágico, seguido do pequeno benefício reconhecido. Os principais impedimentos referidos à prescrição dos novos anticoagulantes foram a informação insuficiente e o alto risco hemorrágico. A médio prazo, a proporção de doentes sob anticoagulação mantinha-se baixa e os novos anticoagulantes não tinham sido prescritos.
- Síndrome Hemofagocítica: um Suspeito a ConsiderarPublication . Souto Moura, T; Simões, I; Lemos, M; Azevedo, L; Gerivaz, R; Fonseca, PA síndrome hemofagocítica é uma entidade rara e potencialmente fatal, caracterizada por uma activação descontrolada do sistema imunitário, manifestando-se através de sintomas e sinais clínicos e laboratoriais de inflamação sistémica extrema. Pela inespecificidade dos mesmos, o seu diagnóstico requer um elevado grau de suspeição para implementação de terapêutica adequada e atempada. Os autores apresentam o caso de um jovem de 19 anos, previamente saudável, com febre com três semanas de evolução, interpretada no contexto de infecção respiratória, que subitamente apresentou subida de transaminases e pancitopenia ligeira, exantema cutâneo e hepatoesplenomegália. Os valores elevados de ferritina e receptor solúvel da interleucina-2, bem como a presença de hemofagocitose na medula óssea vieram confirmar o diagnóstico de síndrome hemofagocítica. Após 4 semanas de corticoterapia com dexametasona, assistiu-se a resolução dos sintomas e normalização dos parâmetros laboratoriais.
- The Accuracy of PiCCO® in Measuring Cardiac Output in Patients Under Therapeutic Hypothermia: Comparison With Transthoracic EchocardiographyPublication . Souto Moura, T; Aguiar Rosa, S; Germano, N; Cavaco, R; Sequeira, T; Alves, M; Papoila, AL; Bento, LBackground: Invasive cardiac monitoring using thermodilution methods such as PiCCO® is widely used in critically ill patients and provides a wide range of hemodynamic variables, including cardiac output (CO). However, in post-cardiac arrest patients subjected to therapeutic hypothermia, the low body temperature possibly could interfere with the technique. Transthoracic Doppler echocardiography (ECHO) has long proved its accuracy in estimating CO, and is not influenced by temperature changes. Objective: To assess the accuracy of PiCCO® in measuring CO in patients under therapeutic hypothermia, compared with ECHO. Design and patients: Thirty paired COECHO/COPiCCO measurements were analyzed in 15 patients subjected to hypothermia after cardiac arrest. Eighteen paired measurements were obtained at under 36°C and 12 at ≥36°C. A value of 0.5l/min was considered the maximum accepted difference between the COECHO and COPiCCO values. Results: Under conditions of normothermia (≥36°C), the mean difference between COECHO and COPiCCO was 0.030 l/min, with limits of agreement (-0.22, 0.28) - all of the measurements differing by less than 0.5 l/min. In situations of hypothermia (<36°C), the mean difference in CO measurements was -0.426 l/min, with limits of agreement (-1.60, 0.75), and only 44% (8/18) of the paired measurements fell within the interval (-0.5, 0.5). The calculated temperature cut-off point maximizing specificity was 35.95°C: above this temperature, specificity was 100%, with a false-positive rate of 0%. Conclusions: The results clearly show clinically relevant discordance between COECHO and COPiCCO at temperatures of <36°C, demonstrating the inaccuracy of PiCCO® for cardiac output measurements in hypothermic patients.