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Authors
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Abstract(s)
O virus citomegálico humano (HCMV) é a principal causa de infecção congénita.
Estima-se que em Portugal se situe entre 0,7% e 1%. O registo nacional de casos de
infecção congénita por CMV realizado pela UVP/SPP entre 2006 e 2011, encontrou
uma incidência de 0.074/1000 nados vivos. Atendendo a que este é um registo de RN
sintomáticos e que estes correspondem a 10% dos infectados, teremos cerca de
0,7/1000 RN infectados por ano em Portugal, um valor semelhante ao encontrado no
Reino Unido e Irlanda. Uma revisão americana usando exclusivamente população de
RN infectados diagnosticados em estudos de rastreio universal e englobando 117 986
RN, concluiu que a incidência da infecção foi de 0,7% e a percentagem de crianças
sintomáticas foi de 12,7% das quais 40 a 58% vieram a ter sequelas permanentes; das
crianças assintomáticas 13,5% vieram a desenvolver sequelas permanentes. A surdez
neurosensorial é considerada a sequela mais frequente contudo há grande
desconhecimento sobre as sequelas visuais. A correcção precoce da surdez melhora
muito o prognóstico da criança pelo que um diagnóstico precoce é essencial. O rastreio
auditivo neonatal detecta apenas cerca de 50% destas crianças uma vez que a surdez é
evolutiva podendo manifestar-se mais tarde. O rastreio pós natal de infecção congénita
assintomática seria de grande utilidade mas não está ainda determinado qual a melhor
estratégia para atingir tal objectivo. A utilização dos cartões de Guthrie para este fim parece ser uma boa solução mas alguns estudos questionam a sensibilidade da técnica.
O custo de um programa deste tipo em Portugal poderia rondar os 19 milhões de euros anuais contabilizando apenas o preço de uma PCR por RN. Obviamente que muitos
resultados teriam que ser repetidos ou confirmados por cultura, o que agravaria mais o orçamento. Na ausência de metodologia de rastreio com sensibilidade adequada para
detectar infecções assintomáticas, o meio mais correcto de diagnosticar surdez na
criança terá que se basear na clínica e na sensibilização dos pais para a detecção precoce de défice auditivo. A intervenção terapêutica adequada melhorará em muito a função mas outras terapêuticas, nomeadamente antivírica, não estão aprovadas nos RN
assintomáticos.
Description
Keywords
Citomegalovírus Rastreio Neonatal Portugal HDE UCI NEO
Citation
IN: Reunião dos Núcleos da Associação Portuguesa de Diagnóstico Pré-Natal; 2011, 2 e 3 Dezembro. Guimarães
Publisher
Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE