Browsing by Author "Vaz Pinto, S"
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- Compulsão Alimentar, Uma AdiçãoPublication . Amaro, R; Vaz Pinto, S; Oliveira, IIntrodução: A compulsão alimentar caracteriza-se pela ocorrência de episódios de ingestão de grandes quantidades de comida, com falta de controlo sobre a alimentação e que se associa a um mal-estar clinicamente significativo. Evidenciaram-se semelhanças entre o consumo alimentar e o uso de drogas psicoactivas: têm efeito, nos mesmos receptores, tendo-se verificado que as estruturas cognitivo-motivacionais são partilhadas. Podemos assim encarar os alimentos como uma possível substância aditiva. Objetivos: Pretende-se fazer uma revisão da literatura acerca da compulsão alimentar, sua psicogénese com base em teorias psicodinâmicas e de que forma esta poderá ser encarada como uma adição propondo assim uma reflexão acerca desta temática tão presente na prática clínica atual. Metodologia: Foi realizada uma revisão seletiva da literatura no PubMed e B-On com as palavras “Compulsive Eating”, “Binge Eating”, “Food Compulsions”, “Adiction Food”. Resultados: Sabe-se que o tipo de vinculação tem impacto no desenvolvimento das estruturas cerebrais e química cerebral, ligadas ao processamento das emoções. É estabelecida uma forte ligação entre alimentação e a relação primária mãe-bebé. Freud distingue fome de apetite e enfatiza o facto de ser pela oralidade que a criança inicia a sua exploração do mundo. Freud inicialmente considerava que o funcionamento mental era regido pelo Princípio do Prazer: o curso dos eventos mentais advém de uma tensão desagradável e prende-se com o evitar do desprazer e com a obtenção do prazer. Mais tarde, esta visão foi insatisfatória para Freud, por não ser suficiente para explicar os fenómenos de repetição desprazerosos. A compulsão à repetição engloba o princípio do prazer e também experiências que fazem surgir o desprazer. Aquilo que move a compulsão à repetição é a necessidade do aparelho psíquico de dominar ou ligar excitações de carácter traumático. Estas compulsões são uma consequência da existência das pulsões. A compulsão reevoca experiências passadas que não possibilitaram nem proporcionaram prazer, surgindo desta forma uma cicatriz narcísica. Este tipo de experiências desprazerosas, são repetidas, sob pressão da compulsão neurótica. Conclusão: Parece tratar-se de uma repetição de necessidades, desejos, carências e pulsões instintivas recalcadas que ficaram sem uma resposta satisfatória no passado ou que nunca são eficazmente supridas.
- Internos de Pedopsiquiatria: "O que Esperam do Futuro Enquanto Especialistas?"Publication . Garcia Ribeiro, C; Vaz Pinto, S; Caldeira da Silva, PIntrodução: A satisfação com a profissão médica tem sido apontada como factor essencial para a qualidade assistencial, bem-estar dos doentes e a estabilidade dos sistemas de saúde.4 A formação e informação na área de Pedopsiquiatria é parca no ensino escolar e universitário, mesmo nas Faculdades de Medicina. Perante a decisão da escolha de realizar o Internato de Formação Específica de Pedopsiquiatria, o jovem médico depara-se com um conjunto de aprendizagens, desafios, condições de trabalho, cuja a satisfação e correspondência à expectativa prévia, podem ser determinantes no tipo de trabalho que ambicionam realizar enquanto especialistas. Objectivos: Partindo de um estudo que avaliou o grau de satisfação de médicos internos com a especialidade em Portugal*, pretende-se caracterizar a percepção de bem-estar, gestão de expectativas e a satisfação dos Médicos Internos de Pedopsiquiatria com a especialidade. Por fim, compreender o impacto que esta percepção tem na projeção que o jovem médico tem de si e das condições de trabalho, como futuro especialista. Métodos: Foi realizado um estudo transversal da amostra de médicos internos de Pedopsiquiatria Nacional, com recurso a um inquérito realizado online que incluiu o índice de Bem-estar da OMS, perguntas sobre a “satisfação, expectativas e ideias concebidas sobre a especialidade”. Resultados e Conclusões: Do nº total de internos de Pedopsiquiatria a nível nacional (65 internos) participaram no estudo 63% (41 respostas). Verificou-se um índice de Bem-estar superior nos 1º e 4º anos de Internato Médico, o que pode levantar a questão das causas que possam contribuir para a diferença de distribuição. É curioso notar as respostas “em relação à investigação”, 72,5% dos internos consideraram importante para a prática clínica o seu contributo, mas apenas 25% considerou ter tempo suficiente para a leitura de estudos de investigação. 98% considera que é importante o peso do percurso do internato médico e processo formativo no especialista que virá a ser, sendo que 42% não consideram uma “vida mais fácil”.
- Jovem Refugiado, em Consulta de Pedopsiquiatria : Uma Abordagem PsicodinâmicaPublication . Garcia Ribeiro, C; Vaz Pinto, S; Beirão, JA migração forçada, principalmente em precárias condições socioeconómicas, pode causar um impacto significativo na saúde mental de crianças, jovens e adultos. Segundo os dados da European Society for Child and Adolescent Psychiatry (ESCAP) existem atualmente cerca de 65,6 milhões de pessoas deslocadas forçosamente à escala mundial. Cerca de 25% são menores de 18 anos e sabe-se que os refugiados e migrantes irregulares correm maior risco de psicopatologia. A partir de um caso clínico de um menino de 9 anos natural de um país da África Oriental, que foi referenciado pela escola à consulta de Pedopsiquiatria, este trabalho propõe uma reflexão de cariz psicodinâmico sobre a abordagem de crianças e de jovens refugiados na clínica. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a saúde mental de crianças e jovens refugiados, a partir de autores com uma abordagem essencialmente psicodinâmica e das normas de orientação da ESCAP. Segundo a bibliografia, esta população pode desenvolver psicopatologia distinta de acordo com a fase de desenvolvimento em que se encontra, sendo que na idade da latência o impacto negativo que a experiência migratória pode ter surge sobretudo em contexto escolar. Neste período a criança investe as aprendizagens, em detrimento dos investimentos libidinais infantis, situação que poderá estar em risco em crianças refugiadas pelas dificuldades acrescidas que encontram no seu percurso de vida. Na vinheta clínica descrita, quer a intervenção clínica numa perspetiva psicodinâmica que permitiu a compreensão da problemática interna, quer a articulação com a escola segundo os princípios da ESCAP, mostraram-se benéficas.
- Perturbações do Comportamento Alimentar: Casuística da Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia no Ano de 2022Publication . Martins, MT; Marques, M; Correia, J; Moura, J; Barradas, N; Vaz Pinto, S; Guerra, ATINTRODUÇÃO: As perturbações do comportamento alimentar (PCA) são patologias com alta morbilidade e significativo impacto na vida de crianças e adolescentes. Trata-se de doenças biopsicossociais, envolvendo fatores de natureza individual, familiar e sociocultural. Apresentam elevada comorbilidade com outras perturbações psiquiátricas. As complicações orgânicas são comuns. O nosso objetivo foi caracterização dos doentes internados com diagnóstico principal de Perturbação do Comportamento Alimentar na Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria do HDE durante o ano de 2022. Descrição das características dos doentes do ponto de vista familiar, social e médico e dos respetivos internamentos e seguimentos. MÉTODOS: Estudo retrospetivo, descritivo, a partir da consulta do processo clínico dos doentes internados na Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria do HDE com o diagnóstico de PCA de janeiro a dezembro de 2022 (inclusive). Posteriormente foi realizada uma análise descritiva dos dados e tratamento com recurso ao programa SPSS. RESULTADOS: De um total de 48 doentes, a média de idades foi de 14 anos e 4 meses, sendo a maioria (95,8%, n=46) do sexo feminino. A maioria (77,1%, n=37) correspondia a uma anorexia nervosa tipo restritivo, 20,8% (n=10) a uma anorexia tipo ingestão compulsiva/purgativo e um caso de perturbação de ingestão alimentar evitante/restritiva. As perturbações depressivas foram a comorbilidade mais frequente (25%, n=12). CONCLUSÃO: O tratamento das PCA deve ser feito a partir de uma abordagem multidisciplinar. Será importante, no futuro, uma reflexão sobre os principais motivos que conduzem à necessidade de reinternamento.
- The Impact of Confinement on Children and AdolescentsPublication . Pedro Dos Reis, F; Amaro, R; Martins Silva, F; Vaz Pinto, S; Sá, T; Ferreira Carvalho, R; Cartaxo, T; Boavida, J