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Abstract(s)
A migração forçada, principalmente em precárias condições socioeconómicas, pode causar um impacto significativo na saúde mental de crianças, jovens e adultos. Segundo os dados da European Society for Child and Adolescent Psychiatry (ESCAP) existem atualmente cerca de 65,6 milhões de pessoas deslocadas
forçosamente à escala mundial. Cerca de 25% são menores de 18 anos e sabe-se que os refugiados e migrantes irregulares correm maior risco de psicopatologia. A partir de um caso clínico de um menino de 9 anos natural de um país da África Oriental, que foi referenciado pela escola à consulta de Pedopsiquiatria, este trabalho propõe uma reflexão de cariz psicodinâmico sobre a abordagem de crianças e de jovens refugiados na clínica. Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a saúde mental de crianças e jovens refugiados, a partir de autores com uma abordagem essencialmente psicodinâmica e das normas de orientação da ESCAP. Segundo a bibliografia, esta população pode desenvolver psicopatologia distinta
de acordo com a fase de desenvolvimento em que se encontra, sendo que na idade da latência o impacto negativo que a experiência migratória pode ter surge sobretudo em contexto escolar. Neste período a criança investe as aprendizagens, em detrimento dos investimentos libidinais infantis, situação que poderá estar em risco em crianças refugiadas pelas dificuldades acrescidas que encontram no seu percurso de vida. Na
vinheta clínica descrita, quer a intervenção clínica numa perspetiva psicodinâmica que permitiu a compreensão da problemática interna, quer a articulação com a escola segundo os princípios da ESCAP, mostraram-se benéficas.
Description
Keywords
Migração Refugiados Criança Saúde mental Pedopsiquiatria HDE PEDOP
Citation
Rev Port Pedopsiquiatra. 2019; 44: 43-56
Publisher
Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência