PEDOP - Comunicações e Conferências
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Recent Submissions
- Internos de Pedopsiquiatria: "O que Esperam do Futuro Enquanto Especialistas?"Publication . Garcia Ribeiro, C; Vaz Pinto, S; Caldeira da Silva, PIntrodução: A satisfação com a profissão médica tem sido apontada como factor essencial para a qualidade assistencial, bem-estar dos doentes e a estabilidade dos sistemas de saúde.4 A formação e informação na área de Pedopsiquiatria é parca no ensino escolar e universitário, mesmo nas Faculdades de Medicina. Perante a decisão da escolha de realizar o Internato de Formação Específica de Pedopsiquiatria, o jovem médico depara-se com um conjunto de aprendizagens, desafios, condições de trabalho, cuja a satisfação e correspondência à expectativa prévia, podem ser determinantes no tipo de trabalho que ambicionam realizar enquanto especialistas. Objectivos: Partindo de um estudo que avaliou o grau de satisfação de médicos internos com a especialidade em Portugal*, pretende-se caracterizar a percepção de bem-estar, gestão de expectativas e a satisfação dos Médicos Internos de Pedopsiquiatria com a especialidade. Por fim, compreender o impacto que esta percepção tem na projeção que o jovem médico tem de si e das condições de trabalho, como futuro especialista. Métodos: Foi realizado um estudo transversal da amostra de médicos internos de Pedopsiquiatria Nacional, com recurso a um inquérito realizado online que incluiu o índice de Bem-estar da OMS, perguntas sobre a “satisfação, expectativas e ideias concebidas sobre a especialidade”. Resultados e Conclusões: Do nº total de internos de Pedopsiquiatria a nível nacional (65 internos) participaram no estudo 63% (41 respostas). Verificou-se um índice de Bem-estar superior nos 1º e 4º anos de Internato Médico, o que pode levantar a questão das causas que possam contribuir para a diferença de distribuição. É curioso notar as respostas “em relação à investigação”, 72,5% dos internos consideraram importante para a prática clínica o seu contributo, mas apenas 25% considerou ter tempo suficiente para a leitura de estudos de investigação. 98% considera que é importante o peso do percurso do internato médico e processo formativo no especialista que virá a ser, sendo que 42% não consideram uma “vida mais fácil”.
- How Are You Now? Estudo de Follow-Up dos Casos da UPI de 2006 a 2013Publication . Caldeira da Silva, P; Garcia Ribeiro, C; Gomes Cano, C; Sá Machado, L; Pires, S; Farinha, M; Moreira, A; Macieira, JIntrodução: A unidade especializada em saúde mental da Primeira Infância do Hospital Dona Estefânia dedica-se ao estudo clínico da psicopatologia do bebé e da relação cuidadores-bebé, focando-se numa abordagem preventiva mas também terapêutica. Presta cuidados diferenciados a crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 3 anos de idade e suas famílias. A investigação sistemática e em larga escala para esta faixa etária ainda é muito limitada, sendo escassa a literatura sobre a repercussão futura de algumas das patologias diagnosticadas numa idade tão precoce. Objetivos: Avaliar longitudinalmente as crianças observadas pela primeira vez nesta unidade nos anos de 2006 a 2013, através de um follow-up a 5 anos, de modo a compreender a sua evolução e identificar tendências de mudança na psicopatologia ao longo dos anos. Metodologia: A amostra de estudo é composta por n=1316 crianças dos 0-3 anos atendidas em primeira consulta na UPI no anos de 2006 a 2013. Foram consultados os seguintes parâmetros nos processos clínicos: idade à data da primeira consulta, sexo, diagnóstico atribuído de acordo com o Sistema de Classificação DC 0-3 (Eixo I e II), intervenção terapêutica e duração do seguimento. A avaliação do estado actual foi feita por via telefónica através de uma entrevista estruturada aos principais cuidadores e da aplicação da escala SDQ (Strengths and Difficulties Questionnaire) – versão para cuidadores. A informação foi submetida a processamento estatístico (em SPSS®), com análise descritiva e correlação de variáveis. Resultados/ Conclusão: Grande número de crianças da amostra geral mostra valores anormais de SDQ, sugerindo provável continuidade entre dificuldades no período precoce e nas idades subsequentes. Apesar das dificuldades encontradas nos meninos com diagnóstico de Perturbação da Relação e Comunicação na escala SDQ, com significado estatístico quando comparados com a amostra geral, a percepção dos pais é surpreendentemente positiva (85,7% consideram que os filhos estão melhores); os resultados apontam para uma evolução positiva de uma maneira geral, com impacto na aprendizagem, verificando-se um número reduzido destas crianças inseridas no ensino especial, o que reforça a importância direta da intervenção na primeira infância, no acompanhamento das famílias que a UPI se esforça por garantir, mantendo a expectativa positiva, promotora do melhor desenvolvimento das potencialidades da criança.
- E Depois de um Aborto Espontâneo? Uma Reflexão de Cariz Psicodinâmico sobre a Importância da Vinculação e dos AfetosPublication . Rita Amaro, R; Joana Isaac, J; Sofia Vaz Pinto, S; Francisca Magalhães, F; Juan Sanchez, JIntrodução: A Organização Mundial de Saúde define interrupção espontânea da gravidez (IEG) como a suspensão de uma gravidez antes que o feto seja capaz de vida extra-uterina independente. Embora uma IEG continue a ser vista como um evento que não terá qualquer impacto no funcionamento psicológico da mulher, constitui um evento traumático que se relaciona com incertezas relacionadas com a competência para conceber um filho. Objetivos: Propor uma reflexão sobre o impacto das IEG na vinculação numa gravidez seguinte e possível relação com os afetos e relação mãe-filho após o nascimento e na vida. Metodologia: Revisão seletiva da literatura no PubMed e B-On com as palavras “spontaneous abortion”, “prenatal attachment”, “mother-child relationship”. Resultados: As teorias da vinculação baseiam-se no conceito de que é um processo individual que ocorre não só após o nascimento, como também, na experiência pré-natal. Numa gravidez subsequente à morte de um filho, o bebé imaginário coincide em certa parte com o bebé perdido. A mãe apresenta desejos contraditórios de dar à luz um filho vivo ou de continuar unida a outro falecido. Mulheres com história de IEG parecem apresentar sintomatologia depressiva e ansiedade. Algumas mulheres, esquivam-se do investimento emocional com o feto, outras reagem com sobrenvolvimento, sem espaço. O luto deve ser realizado de modo a que o novo filho não seja confundido com o precedente e que não seja reparador da ferida narcísica dos pais, tão frequentemente com dificuldades de adaptação social e familiar. Conclusão: Parecem existir evidências de que após uma IEG há uma vinculação pré-natal mais baixa na gravidez seguinte. Este facto torna clara a importância de haver apoio psicológico após uma IEG de forma a que seja feito o luto do filho e a preparação psicológica para acolher o filho seguinte.
- Compulsão Alimentar, Uma AdiçãoPublication . Amaro, R; Vaz Pinto, S; Oliveira, IIntrodução: A compulsão alimentar caracteriza-se pela ocorrência de episódios de ingestão de grandes quantidades de comida, com falta de controlo sobre a alimentação e que se associa a um mal-estar clinicamente significativo. Evidenciaram-se semelhanças entre o consumo alimentar e o uso de drogas psicoactivas: têm efeito, nos mesmos receptores, tendo-se verificado que as estruturas cognitivo-motivacionais são partilhadas. Podemos assim encarar os alimentos como uma possível substância aditiva. Objetivos: Pretende-se fazer uma revisão da literatura acerca da compulsão alimentar, sua psicogénese com base em teorias psicodinâmicas e de que forma esta poderá ser encarada como uma adição propondo assim uma reflexão acerca desta temática tão presente na prática clínica atual. Metodologia: Foi realizada uma revisão seletiva da literatura no PubMed e B-On com as palavras “Compulsive Eating”, “Binge Eating”, “Food Compulsions”, “Adiction Food”. Resultados: Sabe-se que o tipo de vinculação tem impacto no desenvolvimento das estruturas cerebrais e química cerebral, ligadas ao processamento das emoções. É estabelecida uma forte ligação entre alimentação e a relação primária mãe-bebé. Freud distingue fome de apetite e enfatiza o facto de ser pela oralidade que a criança inicia a sua exploração do mundo. Freud inicialmente considerava que o funcionamento mental era regido pelo Princípio do Prazer: o curso dos eventos mentais advém de uma tensão desagradável e prende-se com o evitar do desprazer e com a obtenção do prazer. Mais tarde, esta visão foi insatisfatória para Freud, por não ser suficiente para explicar os fenómenos de repetição desprazerosos. A compulsão à repetição engloba o princípio do prazer e também experiências que fazem surgir o desprazer. Aquilo que move a compulsão à repetição é a necessidade do aparelho psíquico de dominar ou ligar excitações de carácter traumático. Estas compulsões são uma consequência da existência das pulsões. A compulsão reevoca experiências passadas que não possibilitaram nem proporcionaram prazer, surgindo desta forma uma cicatriz narcísica. Este tipo de experiências desprazerosas, são repetidas, sob pressão da compulsão neurótica. Conclusão: Parece tratar-se de uma repetição de necessidades, desejos, carências e pulsões instintivas recalcadas que ficaram sem uma resposta satisfatória no passado ou que nunca são eficazmente supridas.
- And after the Sensory Processing Disorders? - What answers does the DSM-5 havePublication . Gomes Cano, C; Sá Machado, L; Garcia Ribeiro, C; Pires, S; Farinha, M; Moreira, A; Macieira, J; Mesquita Reis, J; Caldeira da Silva, P; Queiroga, LIntroduction: From the question of whether the diagnosis of Sensory Processing Disorder (SPD) should have classification matching in the DSM-5 or whether it constitutes a pre-morbid condition for other pathologies, a retrospective study was conducted in 2016 titled Regulatory Disturbances: The Return to the Past - Conditioners of Evolution. The study did not show a significant association between the abnormal results obtained in the SDQ scale by children with PRPS and therapeutic intervention, which allowed us to conclude that it is imperative to rethink the intervention of these cases. From these results and the lack of corresponding diagnosis in DSM-5, the present study intends to understand what possible diagnoses these children have in the latency / adolescence and adult age and what are the therapeutic interventions required. Objectives: Characterize the sample of children diagnosed with Sensory Processing Disorder who used the psychiatry consultation at the unity of infant mental health (UPI) between 2006-2013; characterize the results obtained at the follow-up; check current medical status, pharmacological therapy, other therapeutic interventions, and if they present another corresponding diagnosis in the DSM-5. Methods: Retrospective and follow-up study using the Clinical Processes of the first consultations performed between the years 2006 and 2013 at the UPI. Evaluation of the current state was made by telephone through a structured interview to the main caregivers and the application of the SDQ. The information will be submitted to statistical processing (in SPSS®), with descriptive analysis and correlation of variables. The sample is of Convenience. Results: 55 children with SPD (N=55), 47 of their caregivers answered a telephone interview (n=47). No statistically significant association was found between any SPD type and current diagnosis of ADHD nor parental perception of current state. Significant association between SPD diagnosis and abnormal results in subscales of hyperactivity (p = 0.027) and behavior problems (p = 0.017) of the SDQ. Discussion and Conclusion: The wide dispersion of diagnoses found may pose two hypotheses: SPD should be considered as an independent diagnostic category; symptomatology (alterations in the SP) can be common to different pathologies. It is important to carry out prospective studies in children diagnosed with SPD, in order to determine if it may be a future diagnostic category in the DSM.
- Adesão ao Programa "PSIC" - Uma Análise DescritivaPublication . Mesquita Reis, J; Jorge, S; Ferreira, B; Maia, T; Santos, E; Maximiano, J; Ribeiro, C; Fernandes, C; Roquette, TIntrodução: A intervenção preconizada no primeiro episódio psicótico (PEP) engloba o recurso a psicofármacos e a intervenções psicossociais. A adesão à medicação e o cumprimento dos tratamentos psicossociais são essenciais para o sucesso das intervenções. Estima-se que a não adesão à medicação no primeiro ano após o diagnóstico de psicose ocorra em cerca de metade dos doentes, sendo também elevada a taxa de abandono relativa às intervenções psicossociais. Vários estudos têm procurado determinar quais os fatores que contribuem para a não adesão à intervenção. No serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (HFF) desenvolve-se um protocolo de avaliação e intervenção no PEP, o “PSIC”, o qual visa a avaliação global da sintomatologia e do funcionamento do indivíduo e a aplicação de intervenções específicas. Objetivos: Caraterização do perfil sociodemográfico, clínico e de adesão ao tratamento numa amostra de pacientes com PEP. Métodos: Realizou-se um estudo transversal, cujos dados foram obtidos a partir do preenchimento de um questionário com variáveis sociodemográficas, clínicas e de adesão, relativos aos pacientes referenciados ao “PSIC”, desde inicio de 2014 a 2017. Adicionalmente, analisou-se, retrospectivamente, a adesão à medicação e às intervenções psicossociais. Os dados foram tratados em SPSS®(v10.0.1). Resultados: Da amostra inicial foram elegíveis 28 pacientes. Os pacientes apresentaram bons índices de adesão à medicação, tendencialmente superiores aos existentes na literatura. No que respeita às intervenções psicossociais os resultados encontram-se em conformidade com os encontrados por outros grupos. Não se encontrou associação entre a adesão ao protocolo ou à medicação e o género, ser imigrante, escolaridade e história de consumos. Contudo, encontrou-se uma associação estatisticamente significativa entre a má adesão ao protocolo e a inexistência de atividade laboral à entrada no protocolo (p 0,049*), assim como com a ausência de atividade socio-ocupacional durante o protocolo de intervenção (p 0,036*). Encontrou-se uma associação estatisticamente significativa entre a boa adesão ao protocolo e um envolvimento positivo da família (p 0,046*). Conclusões: O reconhecimento antecipado de fatores de não adesão é essencial na estruturação de intervenções a eles dirigidas (como por exemplo a promoção de intervenção familiar), favorecendo a adesão ao projeto terapêutico e modificando o curso da doença.
- Jogos Eletrónicos e Saúde Mental na InfânciaPublication . Rita Rodrigues; Cátia AlmeidaIntrodução: Dados recentes aproximam o uso patológico de jogos eletrónicos a outras adições, sugerindo a possibilidade de estarmos diante de uma nova perturbação psiquiátrica dentro da categoria dos comportamentos aditivos. A taxa de prevalência desta problemática na população pediátrica ronda os 10%. Frequentemente, o uso patológico de jogos eletrónicos está associado a comorbilidades psiquiátricas, como perturbações de humor e PHDA (perturbação de hiperatividade e défice de atenção). Objetivos: Caracterizar o padrão de utilização de jogos eletrónicos numa amostra clínica de crianças entre os 6 e os 12 anos e a sua associação com comorbilidades psiquiátricas. Métodos: Revisão e construção de questionários de avaliação do uso de jogos eletrónicos aplicáveis a crianças e seus cuidadores. Aplicação dos questionários a uma amostra de conveniência de crianças seguidas em consulta de Pedopsiquiatria, juntamente com o questionário de Capacidades e Dificuldades, adaptado de Goodman 2005, para avaliação do funcionamento global. Consulta dos processos clínicos para recolha do diagnóstico psiquiátrico e outros dados relevantes. Análise descritiva e correlação entre variáveis (IC 95%, p<0.05). Resultados: Na nossa amostra (n=58), 31% das crianças eram do sexo feminino, com média de idades = 9. Em média, as crianças passavam uma hora em jogos eletrónicos e duas horas a ver televisão, por dia, durante uma semana de aulas. O funcionamento global, principalmente no que diz respeito às competências sociais e aos problemas de comportamento, estava correlacionado com o padrão de uso de jogos eletrónicos (rs= 0,295, p< 0,05). Um terço das crianças apresentava uso excessivo de jogos eletrónicos. Neste grupo, o diagnóstico mais comum era a PHDA. Muitas crianças jogavam jogos eletrónicos destinados a adultos, com autorização dos pais. Conclusões: São necessários mais estudos para estabelecer critérios diagnósticos de uso patológico de jogos eletrónicos em crianças. Este tópico não deve ser descurado na avaliação pedopsiquiátrica de rotina e objeto de discussão com os pais, principalmente na presença do perfil de jogador característico.
- Intervenção Farmacológica nas Perturbações de TiquesPublication . Martins, MM
- Fobia Escolar ou Síndrome de Vómitos Cíclicos? - Um caso clínico de vómitos inexplicáveisPublication . Afonso, MH; Martins, MO síndrome de vómitos cíclicos é uma perturbação funcional crónica de etiologia desconhecida, caracterizada por episódios paroxísticos e recorrentes de vómitos intensos, que duram horas a dias, com remissão completa dos sintomas entre os episódios. Factores de stress infecciosos, psicológicos e físicos podem precipitar os episódios. Afecta aproximadamente 2% da população pediátrica. Neste trabalho é descrito um caso clínico onde esta entidade foi considerada no diagnóstico diferencial.
- Risco Cardiovascular do Metilfenidato Como prevenir, e como agir perante a sobredosagemPublication . Moreira, A; Moreira, E; Farinha, M; Pocinho, LO metilfenidato, único psicoestimulante aprovado em Portugal, é terapêutica farmacológica de primeira linha da PHDA, a perturbação neurocomportamental mais frequente na infância. Há também relatos de automedicação e uso recreativo de metilfenidato. Embora seja habitualmente bem tolerado, os efeitos adversos cardiovasculares devem ser encarados com prudência, dada a sua potencial gravidade.