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Abstract(s)
Introdução: Actualmente, a maioria dos casos pediátricos de infecção por VIH é devida a transmissão materna do vírus. Na ausência de medidas de profilaxia, verificam se
taxas de transmissão vertical do VIH-1 entre 15-25% na Europa Ocidental e Estados
Unidos, 65% dos casos no peri-parto, 23% in útero e 12% no período pós-natal durante
a amamentação.
Caso clínico: Criança de 9 anos, sexo feminino, que recorre à urgência por febre,
anorexia e tumefacção cervical com 2 dias de evolução. Dos antecedentes pessoais há a
destacar: gravidez não vigiada, parto eutócico de termo, aleitamento materno até aos 3 anos e atraso do desenvolvimento estaturo-ponderal. Antecedentes patológicos de parotidite bilateral aos 5 anos e múltiplas cáries dentárias. À observação apresentava-se febril, emagrecida (peso < P5 e estatura no P5), com tumefacção cervical e
retroauricular direitas, e aumento de volume das glândulas parótidas. Sem
hepatoesplenomegalia e sem adenopatias palpáveis nas restantes cadeias ganglionares
periféricas. Analíticamente, VS de 90 mm/h, sem outras alterações relevantes. Ecografia
cervical mostrou adenofleimão e alterações compatíveis com parotidite. Internada com a
hipótese diagnóstica de adenofleimão cervical e medicada com penicilina e
clindamicina endovenosas (ev). Realizou serologias para VIH, com positividade para
VIH tipo 1, confirmado por Western Blot. Contagem de linfócitos T CD4+ de 240
células/mm3. Carga viral de 3,82 x 103 cópias de RNA/mL. Genótipo HLA-B*5701
negativo. Confirmada infecção VIH 1 materna por Western Blot. Diagnóstico prévio de
infecção VIH no período neonatal ocultado pela mãe. Restantes serologias negativas,
assim como a pesquisa de BK no suco gástrico e o estudo do lavado bronco-alveolar.
Ao 17º dia de internamento foi realizada punção do adenofleimão e alterada a
antibioticoterapia para flucloxacilina ev (7 dias de terapêutica). Pesquisa de
micobactérias e fungos no pús drenado negativa. Durante o internamento manteve-se
clinicamente estável, iniciando profilaxia para Pneumocystis jirovecii com
cotrimoxazol, e terapêutica anti-retroviral (Lamivudina, Abacavir, Lopinavir/Ritonavir),
com melhoria clínica, virulógica e imunológica.
Conclusões: Este caso ilustra um exemplo de transmissão vertical do VIH-1
caracterizado por uma evolução crónica, cuja apresentação cursou com parotidite, um
dos sinais indicadores de infecção VIH.
Description
Keywords
Parotidite Transmissão Vertical Anti-Retrovirais VIH 1 HDE INF PED
Citation
IN: 12º Congresso Nacional de Pediatria (SPP); 2011, 6 a 8 Outubro. Albufeira
Publisher
Unidade de Infecciologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE