ORL - Artigos
Permanent URI for this collection
Browse
Recent Submissions
- Doença Atópica do Compartimento CentralPublication . Chantre, T; Guedes Damaso, R; Brandão, P; Moreira, I; Barroso, M; Sousa, HObjetivos: Sistematizar a evidência científica existente em relação à patologia “Doença Atópica do Compartimento Central” (DACC). Desenho do Estudo: Revisão Bibliográfica Sistemática. Material e Métodos: Realização de uma revisão bibliográfica sistemática nas bases de dados MEDLINE, Cochrane Central Register of Controlled Trials e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, baseada no modelo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses), selecionando trabalhos publicados entre janeiro de 2010 e dezembro de 2022. Resultados: Dos 3114 estudos inicialmente encontrados, foram selecionados para análise na integra um total de 13 artigos. Mais de metade dos artigos (69.2%) foram publicados a partir do ano de 2019, inclusive. Um total de 1780 doentes com RSC foi analisado. Destes, o número de doentes com DACC foi 372 (20.9%), com um rácio masculino: feminino de 2.16. Identificaram-se como comorbilidades a rinite alérgica (98,5%), a asma (25.2%) e o tabagismo (8.2%). Conclusões: DACC representa uma variante de RSC descrita pela primeira vez em 2017. Está associada à exposição a alergénios inalatórios e com repercussões edematosas e polipóides nos cornetos médios e superiores, bem como na região postero-superior do septo nasal. A base da gestão desta patologia é o tratamento médico da alergia, complementado, se necessário, com cirurgia endoscópica nasossinusal.
- Os Efeitos das Variações Meteorológicas na Incidência de Vertigem Posicional Paroxística BenignaPublication . Chantre, T; Moreira, I; Oliveira, M; Sousa, HIntrodução e Objetivos: Os sintomas vestibulares estão entre os motivos de observação mais comuns no serviço de urgência. A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é um dos diagnósticos mais frequentemente observados nestes doentes e acarreta um considerável impacto nos cuidados de saúde. O nosso objetivo é avaliar a incidência semanal e sazonal da VPPB e estudar a possível relação entre a incidência da VPPB e as variações climáticas ocorridas ao longo do ano de 2021, na área metropolitana de Lisboa. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de doentes adultos (18 anos ou mais), com diagnóstico de VPPB no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, entre janeiro e dezembro de 2021. As variáveis meteorológicas para o mesmo período foram recolhidas dos dados oficiais da área metropolitana de Lisboa, nomeadamente temperatura atmosférica, pressão atmosférica, humidade, nebulosidade, número de horas diárias de sol e radiação solar. Resultados: Um total de 178 doentes foram diagnosticados com VPPB; 62 eram homens (34,8%) e 116 mulheres (65,2%). Foi encontrado um padrão sazonal na incidência de VPPB, com menor número de doentes diagnosticados com VPPB nos meses de verão (p = 0,0002). Existiu uma associação negativa e estatisticamente significativa entre a temperatura atmosférica (r = -0,5215, p = 0,000063), o número de horas de luz solar (r = -0,4024, p = 0,002847) e a radiação solar (r = -0,4463, p = 0,000817) com o número de doentes com VPPB diagnosticados por semana. Foi encontrada associação positiva e significativa entre nebulosidade e a incidência de VPPB (r = 0,537, p = 0,000034). Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre pressão atmosférica (r = -0,0366, p = 0,798015) ou humidade (r = 0,2525, p = 0,068707) com a incidência de VPPB. Conclusões: A incidência da VPPB diminui nos meses de verão, quando a temperatura atmosférica, a radiação solar e o número de horas de luz solar são maiores e a nebulosidade é menor.
- Protocolo de Descanulação de Traqueostomia num Hospital Pediátrico TerciárioPublication . Chantre, T; Moreira, I; Barroso, M; Oliveira, M; Sousa, HIntrodução - A traqueostomia pediátrica está associada a uma significativa morbilidade, sendo a descanulação o objetivo primordial, assim que a indicação subjacente para o procedimento se encontre resolvida. Existe grande variabilidade nos protocolos de descanulação pediátrica, tornando se imperativo a criação de um protocolo que espelhe a realidade dos hospitais portugueses. Objetivos - Descrever o protocolo de descanulação do Hospital Dona Estefânia, destacando as etapas essenciais para a descanulação de doentes pediátricos com traqueostomias de longa duração. Discutir as observações preliminares sobre a segurança e eficácia deste protocolo. Material e Métodos - Realização de uma revisão bibliográfica sistemática nas bases de dados MEDLINE, Cochrane Central Register of Controlled Trials and Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, baseada no modelo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), selecionando trabalhos publicados entre janeiro de 2011 e dezembro de 2021. Com base nesta revisão foi construído o protocolo de descanulação do Hospital Dona Estefânia. Resultados - Um total de 22 estudos foram revistos, incluindo 2387 doentes. As modificações da cânula de traqueostomia incluíram a utilização de tampa (n = 18, 82%), redução de tamanho (n = 12, 55%) e utilização de cânula fenestrada (n = 1, 5%). As medições das trocas de gases respiratórios prévias à descanulação incluíram oximetria (n = 9, 41%), capnografa (n = 3, 14%), gasimetria (n = 2, 9%) e polissonografa (n = 14, 64%). A laringotraqueoscopia foi utilizada rotineiramente em 21 dos 22 (95.5%) protocolos. Após a descanulação, os doentes são transferidos para a enfermaria ou unidade de cuidados intensivos, ficando a maioria em ar ambiente e cumprindo um período de observação não superior a 48 horas (77% dos protocolos). No protocolo proposto para o HDE, a criança considerada apta a descanulação deve-se encontrar sem necessidade de suporte ventilatório, a tolerar a diminuição do tamanho da cânula de traqueostomia e a utilização de tampa, sem dessaturações ou sinais de dificuldade respiratória, diurnos, noturnos ou em exercício. Conclusões - Linhas orientadoras baseadas na evidência que padronizem os cuidados com a traqueostomia pediátrica e o processo de descanulação continuam a ser uma prioridade
- Laringoscopia Contínua Durante o Exercício: Proposta de um Protocolo Clínico com Base em Revisão BibliográficaPublication . Chantre, T; Moreira, I; Barroso, M; Oliveira, M; Leiria Pinto, P; Sousa, HObjetivos - Estabelecimento de um protocolo de Laringoscopia Contínua durante o Exercício (LCE). Desenho do Estudo – Revisão Bibliográfca Sistemática. Material e Métodos - Revisão bibliográfca nas bases de dados MEDLINE, Cochrane Central Register of Controlled Trials and Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, baseada no modelo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), entre 2001 e 2021. Os estudos incluídos na revisão bibliográfica analisaram protocolos de LCE tanto em idade pediátrica como em adultos e foram escritos em língua inglesa ou portuguesa. Foram excluídos os artigos que apenas discutiram a Obstrução Laríngea Induzida pelo Exercício, mas não o protocolo de LCE e os artigos cujo objetivo de estudo não foi o de investigar os resultados do protocolo de LCE. A partir dos resultados obtidos, foi elaborado um protocolo clínico para o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central e testado num grupo de 10 voluntários sadios. Resultados – A pesquisa produziu um total de 679 artigos, sendo que após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 21 estudos. Nesses houve um total de 1026 doentes analisados, com um rácio masculino: feminino de 1:1.7. A idade média à realização da LCE variou de 9 a 45 anos. O método de exercício preferencial nos protocolos estudados foi a passadeira de corrida (n = 17; 81%), seguida da bicicleta estática (n = 4, 19%) e da máquina de remo (n = 1; 4.8%). O protocolo de LCE proposto incluí um protocolo de Bruce modificado, sendo a LCE terminada quando os doentes se encontravam em exaustão ou com sintomas respiratórios limitantes. Imediatamente antes e após a LCE foi realizada uma espirometria. Os movimentos glóticos e supraglóticos foram avaliados em repouso, com esforço moderado e esforço máximo, em cada fase do ciclo respiratório. Conclusões - A partir dos dados de uma revisão bibliográfica, foi desenvolvido um protocolo para a realização de LCE, demonstrando viabilidade e adequação à realidade de uma instituição portuguesa quando testado em voluntários sadios. São necessários novos estudos com pacientes doentes para validar esses resultados
- Experiência Cirúrgica dos Internos de Primeiro Ano de Otorrinolaringologia em PortugalPublication . Pinto, P; Infante Velada, T; Cunha, I; Moreira, I; Sousa, HA prática cirúrgica é essencial na formação de novos especialistas em Otorrinolaringologia (ORL). Com este trabalho caracterizamos a experiência cirúrgica dos internos de ORL que realizaram o seu primeiro ano de internato em 2021. As 18 respostas foram obtidas através do preenchimento de um questionário e representam 82% destes internos. A média anual de procedimentos cirúrgicos realizados foi 58, com um valor mínimo de 4 e máximo de 135. Estes procedimentos incluíram, em média, 16 amigdalectomias, 22 adenoidectomias, 18 colocações de tubos de ventilação transtimpânicos e 5 traqueotomias. O número de procedimentos cirúrgicos realizados apresentou grande variabilidade entre os diferentes internos de ORL. O desenvolvimento futuro de objetivos cirúrgicos nacionais, adaptados a cada ano do internato, poderá ser útil para a uniformização da formação cirúrgica dos internos de ORL em Portugal.
- Existe Associação entre Acufeno e Disfunção Temporomandibular?Publication . Oliveira, M; Barros, C; Caixeirinho, P; Chantre, T; Moreira, I; Proença, F; Sousa, HA coexistência frequente de acufeno e distúrbios da articulação temporomandibular e dos músculos da mastigação (DTM) levou à suposição de que existe uma relação entre as duas condições. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de acufeno em doentes com DTM e os efeitos do tratamento desta sobre o acufeno. Foram incluídos 57 doentes seguidos em consulta de Estomatologia - DTM no ano 2021 e primeiro semestre de 2022. Foi questionada a presença de acufeno e aplicado o questionário Tinnitus Handicap Index (THI). 72% tiveram 1 ou mais episódios de acufeno. 89,5% eram do sexo feminino e verificaram-se 2 picos de incidência na faixa etária entre os 18-30 (21,1%) e os 41-50 anos (24,6%). Em 85,4% dos doentes o acufeno era intermitente e 41,5% grau reduzido. Foi encontrada associação entre a lateralidade do acufeno e da DTM (p<0.001). 67% melhorou o acufeno após terapêutica para DTM (p= 0.0135).
- Imunofenotipagem de Amígdalas Palatinas em Crianças com SAOS Versus Amigdalites de RepetiçãoPublication . Chantre, T; Gonçalves, J; Cerqueira, S; Nascimento, J; Soares, H; Moreira, I; Sousa, HIntrodução: Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) e Amigdalites de Repetição (AR) são as principais indicações para a realização de amigdalectomia em idade pediátrica. Apesar do crescente conhecimento em imunologia tecidual das amígdalas palatinas, a fisiopatologia que leva ao desenvolvimento de SAOS ou AR não é totalmente conhecida. Objetivos: Análise imunofenotípica comparativa de crianças com SAOS versus AR. O estudo epidemiológico dos doentes selecionados foi ainda realizado. Material e Métodos: Análise por citometria de fluxo de amígdalas palatinas de crianças com SAOS versus AR. No processamento das amígdalas palatinas são isoladas as células mononucleadas (MNCs) e, a partir destas, as células T CD4 e as células T foliculares auxiliares (TFH). Foi também avaliado o tamanho e viabilidade celular e o Inducible T-cell costimulator (ICOS), marcador de ligação das células TFH às células B, durante a produção de anticorpos. Foram incluídos 69 doentes do Hospital Dona Estefânia, com idade inferior a 18 anos, entre novembro de 2018 e novembro de 2022. Resultados: As amígdalas palatinas foram removidas por dissecção extracapsular de 54 crianças com diagnóstico de SAOS e 15 com AR. Nos doentes com SAOS, a média de idades foi de 4.7 (± 2.2) anos, sendo 24 do sexo masculino e 30 do sexo feminino. Nos doentes com AR, a média de idades foi de 6.1 (± 2.5) anos, sendo 7 do sexo masculino e 8 do sexo feminino. As crianças submetidas a amigdalectomia por SAOS eram significativamente mais novas que as por AR (p = 0.035). Não existiram diferenças significativas entre sexos nos dois grupos (p = 0.881). Foram encontradas diferenças significativas no grau das amígdalas palatinas, pela Classificação de Brodsky, entre os dois grupos de doentes (p = 0.031). As crianças com SAOS eram mais propensas a apresentarem otite média com efusão com necessidade de miringotomia e colocação de tubos de ventilação transtimpânicos no mesmo momento cirúrgico (p = 0.034). Não existiram diferenças estatisticamente significativas nas complicações cirúrgicas da amigdalectomia entre os dois grupos de doentes (p = 0.456).Pela análise de citometria de fluxo, a contagem de MNCs e células T CD4 não se encontrou alterada entre os dois grupos. As amígdalas palatinas de doentes com AR apresentaram menos células TFH quando comparadas com amígdalas de doentes com SAOS, mas de forma não significativa (p = 0.07). O tamanho das células T CD4 não mostrou diferenças significativas entre grupos (p=0.840), porém, a viabilidade destas células foi significativamente superior nos doentes com AR (p=0.015). Nos doentes estudados, existiu uma maior intensidade na expressão de ICOS nos doentes com AR face aos doentes com SAOS. Conclusões: Os nossos resultados apontam para diferenças na resposta linfocitária local entre doentes com SAOS e AR, porém, são ainda necessários estudos adicionais de citometria de fluxo destinados a investigar os mecanismos imunológicos na base destas duas patologias.
- Miringoplastia em População Pediátrica – Análise Retrospetiva de 5 AnosPublication . Seixas, J; Vaz Pinto, P; Palma Delgado, I; Melo, P; Sousa, HObjetivos: As miringoplastias são cirurgias frequentemente realizadas em idade pediátrica, existindo controvérsia quanto à melhor técnica cirúrgica e fatores que influenciam o seu sucesso. O objetivo deste estudo é caracterizar uma população de doentes pediátricos submetidos a miringoplastia e avaliar como desfechos: o encerramento da perfuração, resultado audiométrico e existência de fatores determinantes de sucesso cirúrgico. Desenho do Estudo: Estudo retrospetivo descritivo Material e Métodos: Foram avaliados 56 doentes (57 ouvidos) com média de idades de 10,4±3,2 anos (6-17 anos) num período de 5 anos (2016-2020) Resultados: A maioria das perfurações ocorreu após colocação de tubo de ventilação transtimpânico. A técnica cirúrgica mais utilizada foi a abordagem retroauricular com colocação de fascia temporalis underlay obtendo-se uma taxa de sucesso de 74% após 30 meses de seguimento médio. O limiar tonal médio da via aérea melhorou significativamente após o procedimento. A presença de malformações craniofaciais relacionou-se com um menor encerramento do Rinne audiométrico. Conclusões: As miringoplastias em idade pediátrica têm uma elevada taxa de sucesso.
- Doentes Covid-19 Traqueotomizados num Hospital Terciário: Resultados a Longo Prazo na Voz, Deglutição e Via AéreaPublication . Oliveira, M; Infante Velada, T; Dorozhko, I; Moreira, I; Chantre, T; Correia, S; Eliseu, A; Sousa, HA COVID-19 resultou num aumento de doentes traqueotomizados sob ventilação mecânica prolongada, cujas consequências na voz, deglutição e via aérea alta são pouco conhecidas, pelo que foi objetivo deste trabalho estudá-las. Foram considerados 37 doentes com COVID-19, internados numa Unidade de Cuidados Intensivos, traqueotomizados e descanulados entre março de 2020 e novembro de 2021. Foram incluídos no estudo 14 doentes, todos eles submetidos a entrevista com aplicação de inquéritos e 8 sujeitos também a endoscopia flexível. A média de idades foi de 49 anos e o racio masculino: feminino de 11:3. O tempo médio de entubação até à traqueotomia foi de 24 dias e até à descanulação de 51. 29% relataram alterações da deglutição, 14% da voz e 29% sintomas indicativos de refluxo faringolaríngeo. 62% das endoscopias apresentavam alterações. Os resultados preliminares mostram elevada incidência de lesões laríngeas, mas são necessários estudos a longo prazo, incluindo em doentes com COVID-19 não traqueotomizados.
- Mecânica de Fluídos Computacional Aplicada ao Estudo do Impacto de Perfurações Septais na Fisiologia NasalPublication . Chantre, T; Oliveira, R; Burgos, MA; Cunha, B; Barroso, M; Oliveira, M; Barros, E; Sousa, HObjetivos: Utilização de mecânica de fluídos computacional (MFC) na compreensão do impacto do tamanho e localização das perfurações septais (SP) na fisiologia nasal. Desenho de estudo: Estudo de simulação computacional. Material e Métodos: O Software de MFC (Flowgy®) foi utilizado na criação de modelos digitais de fossas nasais através da reconstrução de tomografias computadorizadas (TC). Foi realizada cirurgia virtual com estabelecimento de PS anteriores (1 ou 2cm) e posteriores (1 ou 2cm). Resultados: Perfurações de maiores dimensões causaram maior alteração na alocação do fluxo de ar independente da localização, com desvio de ar da fossa nasal com maior fluxo para a de menor fluxo. A resistência nasal bilateral não foi significativamente alterada pela presença de PS. Conclusões: As tecnologias de MFC auxiliam na compreensão de como as PS alteram a fisiologia nasal. A alocação do fluxo de ar é alterada, com maior fluxo de ar pela fossa nasal de menor resistência, principalmente nas perfurações anteriores.