Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
327.06 KB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
Introdução: O tratamento endovascular da aorta torácica (TEVAR) é uma modalidade terapêutica
emergente que tem vindo a revolucionar a abordagem de diferentes tipos de patologia da
aorta na sua localização torácica.
Objetivos: Avaliação da experiência institucional do serviço de angiologia e cirurgia vascular.
Métodos: Análise retrospetiva da série consecutiva de todos os doentes com patologia da
aorta torácica e/ou toracoabdominal submetidos a TEVAR na nossa instituição. Foram excluídos
aqueles com uso concomitante de endopróteses fenestradas/ramificadas abdominais.
Resultados: Desde abril de 2005 até abril de 2014, 79 doentes foram submetidos a TEVAR,
com idade média de 66 ± 12,83 anos (máx: 86; mín: 14). As indicações incluíram: 46 aneurismas
(58%), 17 dissecções aórticas clássicas tipo B (22%), 13 no contexto de outras síndromes aórticas
agudas (16%), 2 por ateroembolismo (3%) e um por fístula aortoesofágica (1%).
Na patologia aneurismática, a distribuição anatómica da doença foi a seguinte: 5 na aorta ascendente e arco aórtico (11%), 35 na aorta torácica descendente (76%) e 6 toracoabdominal (13%).
O diâmetro médio das dilatações aneurimáticas foi de 69,64 mm (máx: 150 mm). A rotura foi uma apresentação da patologia em 21,5% dos doentes (n = 17); 20,9% dos doentes tinham antecedentes de cirurgia aórtica prévia.
A dissecção aórtica tipo B complicada foi a segunda indicação mais comum, sendo de
apresentação aguda em 13 (76%) e crónica em 4 (24%). As complicações na base da intervenção
foram dilatação aneurismática em 35% (n = 6), malperfusão com isquemia de órgão alvo 47%
(n = 8), desconhecida em 18% (n = 3). Foi realizada extensão distal com stent descoberto (Petticoat)
em 9 casos (41,2%) e foram realizados procedimentos adjuvantes em 18% (stenting renal n = 2; stenting ilíaco n = 1).
Dentro das outras síndromes aórticas agudas, o TEVAR foi realizado no contexto de úlcera aórtica
penetrante (n = 4), hematoma intramural (n = 4) e os restantes por rotura/pseudoaneurisma (n = 5). As endopróteses utilizadas foram: 32 Valiant Medtronic®, 15 TAG Gore®, 25 Zenith TX2 Cook®,
2 Zenith TX1 Cook®, uma Relay Plus®, 3 Talent Medtronic® e outras em 1%. A mediana de dias
de cuidados intensivos foi 2 (intervalo 0-42) e a mediana de suporte tranfusional foi de 2 UCE.
A taxa de mortalidade aos 30 dias ou intra-hospital foi de 18% (n = 14). Atendendo ao timing
da cirurgia, a taxa de mortalidade aferida nos casos electivos foi de 8% (4/50) e nos urgentes
atinge os 35% (10/29). Intraoperatoriamente foram tratadas 7 complicações relacionadas com
vaso de acesso membro, 2 casos de dissecção aórtica iatrogénica, um caso de trombose arterial
inferior e um endoleak tipo IA. A taxa de reintervenções foi de 17%, com as seguintes indicações:
9 endoleaks, 2 isquemias mesentéricas e 2 fístulas aortoesofágicas.
Conclusões: A série apresentada traduz uma experiência institucional favorável com resultados
reprodutíveis e que o TEVAR é um procedimento seguro e eficaz para o tratamento de diferentes
patologias da aorta torácica, quando comparado com o tratamento cirúrgico aberto.
Description
Keywords
HSM CIR VASC Tratamento Endovascular da Aorta Torácica Aneurisma Aorta Torácica Dissecção Aórtica Síndrome Aórticas Agudas Rotura Endoprótese Torácica Tratamento Endovascular
Citation
Angiol Cir Vasc. 2016; 12 (1): 3-11