Browsing by Author "Garcia, A"
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- 10 Anos de Experiência em Injeção Eco-Guiada de Trombina, uma Técnica Segura e Eficaz no Tratamento do Falso Aneurisma FemoralPublication . Correia, R; Krupka, D; Homem, T; Soares Ferreira, R; Camacho, N; Catarino, J; Bento, R; Garcia, A; Bastos Gonçalves, F; Ferreira, MEIntrodução: O elevado número de procedimentos vasculares percutâneos resulta num aumento das complicações relacionadas com o acesso vascular. A mais frequente é o falso aneurisma (FA), cuja intervenção de primeira linha é atualmente a injeção eco-guiada de trombina humana (IETH). Métodos: Estudo observacional retrospetivo realizado através da consulta de processos clínicos dos doentes submetidos a IETH por FA femoral num hospital terciário no período de 2008 a 2018. O end-point primário foi o sucesso desta modalidade terapêutica (trombose primária e à reavaliação ecográfica). Os end-points secundários foram complicações relacionadas com o procedimento, reintervenções, duração de internamento e sobrevida. Resultados: A amostra incluiu 102 doentes. 97% dos FA tinham etiologia iatrogénica confirmada. 4% foram diagnosticados após intervenção pela Cirurgia Vascular e 85% após intervenção pela Cardiologia, dos quais 80% após cateterismo coronário e 13% após TAVI (transcatheter aortic valve implantation). 58% dos doentes estavam antiagregados e 50% anticoagulados. 80% dos FA ocorreram à direita. 65% afetavam a AFC e 35% a AFS ou AFP. O diâmetro médio dos FA tratados por IETH foi de 36,8mm. 29% apresentavam-se lobulados (FA complexos). Quanto às características do colo do FA, 58% tinham colo longo (≥3mm de comprimento) e 58% tinham colo estreito (<3mm de calibre). O tempo mediano até à IETH após intervenção causal foi de 6 dias. 89% apresentaram trombose primária após IETH, decrescendo para 73% à reavaliação posterior por Eco Doppler. 16% repetiram IETH, 5% mais que uma vez. Não foram documentadas complicações relacionadas com o procedimento. Os falsos aneurismas complexos associaram-se a taxas inferiores de trombose completa à reavaliação ecográfica (p=0,012). O segmento arterial afetado, realização de antitrombóticos, diâmetro do FA e características do colo não apresentaram associação com a taxa de trombose do FA. 6% dos doentes submetidos a IETH foram submetidos a tratamento cirúrgico de FA femoral (a maioria após mais de 2 IETH), num dos casos por via endovascular. O tempo mediano de internamento após 1ª IETH foi de 3 dias, superior nos doentes com etiologia iatrogénica após TAVI comparativamente a após cateterismo coronário (p=0,006). A sobrevida dos doentes submetidos a IETH foi de 97±2% a 1 mês, 86±4% a 1 ano e 60±7% a 5 anos, sem diferença significativa de acordo com etiologia do FA femoral. Conclusão: A IETH é uma alternativa segura e com elevada eficácia para o tratamento de FA pós cateterização vascular. É expectável que 1/6 dos doentes necessite de mais do que uma injeção para obter o sucesso desejado, sendo esse risco mais elevado no caso de FA complexos. Apesar dos bons resultados, alguns doentes continuarão a necessitar de correção cirúrgica.
- A Disfunção do Ventrículo Esquerdo e a Doença Valvular Cardíaca Não Influenciam os Resultados da Revascularização de Membro InferiorPublication . Correia, R; Catarino, J; Vieira, I; Bento, R; Garcia, R; Pais, F; Ribeiro, T; Cardoso, J; Ferreira, R; Garcia, A; Bastos Gonçalves, F; Ferreira, MEIntrodução: A doença cardíaca pode causar diminuição da perfusão sistémica e comprometer o inflow para procedimentos de revascularização de membro inferior, diminuindo a sua permeabilidade a curto e médio prazo. É possível que os doentes com doença valvular cardíaca ou redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) tenham piores resultados após revascularização dos membros inferiores. Métodos: Este estudo retrospetivo incluiu todos os procedimentos iniciais de revascularização de membro inferior realizados num hospital terciário, entre Janeiro de 2017 e Dezembro de 2018, em doentes com DAP diagnosticada e um ecocardiograma transtorácico (ETT) pré-operatório. O grupo com doença cardíaca moderada a grave no ETT (Grupo 1, definido como FEVE<40% ou doença valvular cardíaca moderada a grave) foi comparado com o grupo com doença cardíaca ligeira ou ausente (Grupo 2, definido como FEVE≥40% e doença valvular ligeira ou ausente). Foi realizada análise de subgrupo considerando a presença e gravidade da alteração específica no ETT. O endpoint primário foi amputação major e os endpoints secundários foram restenose/oclusão diagnosticada, reintervenção vascular e sobrevida. Resultados: O estudo incluiu 268 procedimentos de revascularização de membro inferior. Os Grupos 1 e 2 incluíram 70 e 198 procedimentos, respetivamente. A prevalência de isquémia crónica com compromisso de membro (ICCM) foi de 89% em ambos os grupos. Não se verificou diferença significativa entre os grupos na gradação de ferida e infeção (no sistema WIfI) e no estadiamento anatómico da doença (no sistema GLASS). O Grupo 1 incluiu 73% procedimentos endovasculares (65% no Grupo 2; p=0,34). As taxas de amputação nos Grupos 1 e 2 foram 9% e 13% a 1 mês, 19% e 20% a 1 ano e 19% e 22% a 2 anos, respetivamente (p=0,758). As taxas de restenose/oclusão diagnosticada nos Grupos 1 e 2 foram 5% e 15% a 1 mês, 18% e 26% a 1 ano e 24% e 31% a 2 anos, respetivamente (p=0,119). As taxas de reintervenção nos Grupos 1 e 2 foram 13% e 18% a 1 mês, 25% e 27% a 1 ano e 30% e 32% a 2 anos, respetivamente (p=0,614). Após estratificação em subgrupos de acordo com a presença e gravidade da alteração cardíaca específica, as diferenças para os outcomes acima apresentados permaneceram não significativas. A sobrevida global nos Grupos 1 e 2 foi de 92% e 96% a 1 mês, 61% e 86% a 1 ano e 52% e 80% a 2 anos, respetivamente (p<0,001). A presença de FEVE<40% associou-se a pior sobrevida (p<0,001), tal como a presença de doença valvular cardíaca moderada a grave (p=0,004). Conclusão: O nosso estudo sugere que a doença cardíaca moderada a grave, definida no ETT, não influencia os outcomes relacionados com o membro após procedimentos de revascularização. Contudo, os doentes com doença cardíaca valvular ou redução da FEVE têm pior sobrevida. Não devemos assumir que os doentes cardíacos têm piores outcomes relacionados com o membro, mas devemos providenciar prevenção terciária agressiva para melhorar o seu prognóstico vital.
- Isquemia Aguda Renal, uma Emergência Cirúrgica Vascular com Evolução Ainda DesconhecidaPublication . Correia, R; Catarino, J; Vieira, I; Bento, R; Garcia, R; Pais, F; Ribeiro, T; Cardoso, J; Soares Ferreira, R; Garcia, A; Bastos Gonçalves, F; Ferreira, MEIntrodução: A incidência de isquemia aguda renal é baixa. A experiência publicada do seu tratamento cirúrgico resume-se a séries de casos e não há indicações bem definidas para a revascularização renal em caso de isquemia aguda. Métodos: Estudo observacional retrospetivo realizado com base na consulta de processos clínicos de doentes submetidos a revascularização de artéria renal por isquemia aguda renal, num hospital universitário terciário, de Janeiro de 2011 a Junho de 2020. O endpoint primário foi a taxa de diálise aos 30 dias e os endpoints secundários foram a taxa de doença renal crónica de novo aos 30 dias e a sobrevida aos 30 dias. Resultados: Foram incluídos 11 doentes com isquemia aguda renal. As causas da oclusão arterial renal foram: disseção aórtica (N=3), trombose de artéria renal nativa (N=3), trombose de revascularização renal prévia (N=3), embolia (N=1) e trauma fechado (N=1). Dois dos casos corresponderam a doentes com rim único. A mediana de tempo desde o início do quadro até à revascularização cirúrgica foi de 24 horas. Dois doentes apresentavam doença renal crónica prévia conhecida. A apresentação clínica foi de dor lombar ou abdominal (n=8), HTA não controlada (N=5) e/ou oligoanúria (N=5). O diagnóstico foi realizado em todos com recurso a angio-TC. Em todos os doentes, a artéria renal principal estava afetada (N=9 desde o seu óstio) e havia algum grau de captação de contraste pelo rim afetado. Em todos os casos, foi realizada a revascularização unilateral de uma artéria renal com sucesso angiográfico, com exceção de um dos três casos em que a isquemia renal era bilateral, em que ambas as artérias renais ocluídas foram revascularizadas. Com exceção de um doente com oclusão de stent (submetido a angioplastia com DCB), todos foram submetidos a angioplastia com stent (6 com stents cobertos). Dois doentes apresentaram oligoanúria no pós-operatório e quatro necessitaram de pelo menos uma sessão dialítica. Aos 30 dias, a taxa de diálise foi de 11% (doente com isquemia aguda renal bilateral de etiologia traumática com 13 horas de evolução) e a taxa de doença renal crónica de novo de 22%. A sobrevida aos 30 dias foi de 90%. Conclusão: Nesta população de doentes, pode-se verificar a reversão da isquemia aguda renal mesmo após oclusões prolongadas das artérias renais. No entanto, com os dados disponíveis, não é possível anteceder quais os doentes que recuperarão a função renal prévia após revascularização urgente com sucesso angiográfico. Por ser rápido e pouco invasivo, o tratamento endovascular é a primeira linha no tratamento cirúrgico da isquemia aguda renal na nossa instituição.
- A Pulsatile Bulge on the Back…Publication . Correia, R; Garcia, A
- A Relação da Doença Venosa Crónica Avançada com a Psicopatologia e a Qualidade de VidaPublication . Correia, R; Bento, R; Garcia, R; Pais, F; Garcia, A; Bastos Gonçalves, F; Ferreira, MEIntrodução: As consequências psicopatológicas e na qualidade de vida da DVC podem ser significativas, particularmente nos estadios mais avançados. As perturbações da ansiedade e do humor já estão frequentemente presentes no doente que procura o cirurgião vascular por DVC. O objetivo deste estudo foi identificar e caracterizar a psicopatologia na DVC e a sua relação com a qualidade de vida. Métodos: Estudo transversal que incluiu todos os doentes observados em primeira consulta de dois cirurgiões vasculares de um hospital universitário terciário, com o diagnóstico de DVC, de Dezembro de 2019 a Janeiro de 2021. Após realização da consulta, foram aplicados 5 questionários validados na língua portuguesa: EQ-5D (Euro quality of life – 5 Dimensions), EQVAS (Euro QoL visual analogue scale), CIVIQ20 (chronic venous insufficiency questionnaire), BAI (Beck Anxiety Inventory) e BDI (Beck's Depression Inventory). Os endpoints primários foram os scores sugestivos de perturbações da ansiedade e de humor, avaliadas nos questionários BAI e BDI, respetivamente. Os endpoints secundários foram a qualidade de vida, avaliada nos questionários EQ-5D, EQVAS e CIVIQ20. Os achados foram correlacionados com a classe clínica (C) da classificação CEAP (clinical, etiological, anatomical and pathophysiological). Resultados: Foram incluídos 59 doentes. A idade mediana foi de 58 anos. 73% eram do sexo feminino. 20% realizava previamente medicação psiquiátrica. A distribuição na classificação clínica CEAP foi a seguinte: C1 7%; C2 64%; C3 10%; C4 15%; C5 2%; C6 2%. O score CIVIQ20 mediano foi de 48 e a pontuação mediana na escala EQVAS foi de 75. O score mediano BAI foi 16, com 40% dos doentes a relatarem níveis moderados ou potencialmente preocupantes de ansiedade; o score mediano BDI foi 7, com 31% dos doentes a relatarem níveis pelo menos ligeiros de depressão. Verificou-se uma correlação positiva entre a classe clínica CEAP e o score BAI (p=0,049) e o score BDI (p=0,039). Não se verificou correlação entre a classe clínica CEAP e a pontuação na EQVAS. Doentes com score CIVIQ20 superior selecionaram pontuações inferiores na EQVAS (p<0,001). Verificou-se uma correlação positiva entre o score CIVIQ20 e o score BAI (p<0,001) e o score BDI (p=0,003). Doentes com pior saúde percecionada na EQVAS apresentaram scores superiores de ansiedade (p=0,009) e de depressão (p<0,001). Verificou-se uma correlação positiva entre o score BAI e o score BDI (p=0,002). Conclusão: As perturbações da ansiedade e do humor coexistem frequentemente e são prevalentes nos doentes com DVC sintomática. A relação entre sinais clínicos graves de DVC, qualidade de vida inferior e presença de psicopatologia foi demonstrada neste trabalho, que sugere a necessidade de uma abordagem psicológica adjuvante nos doentes com DVC.
- Screw Away from Arteries, PleasePublication . Correia, R; Garcia, A
- Tempos de Espera na Endarterectomia Carotídea: Realidade Institucional e Estratégias de MelhoriaPublication . Baptista Rodrigues, G; Garcia, A; Abreu, R; Quintas, A; Ferreira, R; Camacho, N; Valentim, H; Ferreira, ME; Albuquerque e Castro, J; Mota Capitão, LObjetivos: Avaliar as vias de referenciação dos doentes com estenoses carotídeas sintomáticas que foram operados na nossa instituição; estruturar os tempos de espera desde os primeiros sintomas neurológicos à data da cirurgia; identificar os fatores responsáveis pelos atrasos e criar estratégias que permitam reduzi-los. Material e métodos: Realizou-se um estudo observacional retrospetivo de todos os doentes com estenoses carotídeas sintomáticas submetidas a endarterectomia carotídea na nossa instituição entre 2011-2013. Foram identificadas as etapas essenciais no processo de referenciação dos doentes e foram colhidos dados referentes às datas do início dos sintomas, primeiro contacto médico, exames de imagem vascular, referenciação ao cirurgião, consulta de cirurgia vascular e da endarterectomia carotídea. O tempo decorrido entre o evento neurológico e a cirurgia foi calculado em dias e todos os atrasos identificados foram analisados detalhadamente. Resultados: A mediana do tempo de espera do evento neurológico à cirurgia foi de 27,5 dias (intervalo 7-581).Os maiores atrasos verificaram-se entre a data em que é colocada a indicação cirúrgica e a endarterectomia carotídea (mediana 9 dias; intervalo 1-349); na referenciação dos doentes à consultadecirurgia vascular (mediana 6,5 dias; intervalo 0-97)e entre o primeiro contacto médico e a realização dos exames de imagem vascular (mediana 6 dias; intervalo 1-71). Dos 60 doentes incluídos, apenas 21,7% foram operados nos primeiros 14 dias após o evento neurológico. O atraso foi significativamente menor nos doentes admitidos de forma urgente por transferência inter/intra-hospitalar (n=30; mediana 15 dias, intervalo 7-163) comparativamente aos doentes admitidos eletivamente pela consulta (n=30; mediana 86 dias, intervalo 13-581 dias) (p<0,0001).Discussão: Apesar da evidência atual, ainda existem atrasos significativos no processo de referenciação dos doentes com estenoses carotídeas sintomáticas. Estratégias direcionadas à redução destes atrasos poderão aumentar substancialmente a proporção de doentes submetidos a endarterectomia carotídea até 14 dias após o evento neurológico inicial.