Estomatologia
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- Pênfigo VulgarPublication . Leão Mendes, N; Fernandes, A; Proença, F; Cabete, J; João, AIntrodução: O pênfigo vulgar é uma doença auto-imune rara caracterizada pelo aparecimento de bolhas ou vesículas nas mucosas e na pele que rompem rapidamente, resultando em erosões. Atinge ambos os sexos e qualquer grupo étnico, ocorrendo geralmente em grupos etários mais tardios. Os autoanticorpos circulantes do tipo IgG atuam contra componentes dos complexos desmossomo-tonofilamentos epiteliais, designadamente a desmogleina 3, resultando na rutura das junções intercelulares com perda de adesão entre os queratinócitos ou outras células epiteliais. História clínica: E.S.S.E., 82 anos, sexo feminino, caucasiana. AP: Irrelevantes Desde Agosto 2014 refere aparecimento de eritema, ardor e prurido ocular. Cerca de uma semana depois refere aparecimento de erosões em toda a cavidade oral, com odinofagia e disfagia para líquidos e sólidos, acompanhada de febre (38ºC) sem padrão específico. Foi observada por vários clínicos, tendo efetuado múltiplas terapêuticas sem qualquer benefício clínico. Neste período de tempo refere diminuição do peso por não se conseguir alimentar, sem anorexia. Negava astenia ou adinamia. Referia perdas hemáticas genitais ocasionais, em relação com prolapso uterino, motivando ainda prurido e ardor locais. Negava introdução de novos medicamentos nos meses antes do aparecimento das lesões. Foi internada em Outubro pela Gastrenterologia por úlceras orais refratárias à terapêutica. Foi observada pela Dermatologia que, perante erosões da mucosa oral com sinal de Nikolsky e conjuntivite, colocou a hipótese diagnóstica de Pênfigo Vulgar. Foi submetida a biopsia cutânea e doseamento de anticorpos anti-desmogleína 3. Os achados clínicos, a evidência de bolha intraepidérmica com acantólise e um doseamento de anticorpos anti-desmogleína 3 positivos (124 RU/mL) permitiram confirmar o diagnóstico de Pênfigo vulgar. Iniciou prednisolona 1 mg/Kg/dia mg/dia associada a fluticasona e analgesia tópicas. A resposta parcial à corticoterapia sistémica determinou a associação a azatioprina 2mg/Kg/dia, após o que se verificou melhoria progressiva do quadro clínico. Relatório de Histologia Descrição Microscópica: Bolha suprabasal com acantólise. Infiltrado inflamatório misto na submucosa. Achados compatíveis com pênfigo vulgar. Conclusão: O pênfigo vulgar é uma dermatose bolhosa autoimune infrequente que deve ser considerada na presença de estomatite refratária à terapêutica.
- Neoplasia das Glândulas Salivares Pode Simular Patologia Odontogénica Comum. A Propósito de um Caso Clínico de Adenoma PleomórficoPublication . Fonseca, L; Ribeiro, N; Pinheiro, J; Fernandes, F; Proença, F; Araújo, CO ademona pleomórfico é responsável por cerca de 50% das neoplasias benignas das glândulas salivares menores. Apresenta-se normalmente como uma massa firme, de crescimento lento e indolor. Este trabalho pretende relatar um caso de adenoma pleomórfico em doente do sexo masculino, de 32 anos, previamente medicado com antibiótico por suspeita de abcesso odontogénico. À observação por Estomatologia apresentava massa palatina justa 2.5, com 4 semanas de evolução, de consistência duro-elástica e dolorosa a palpação. Após exclusão de causa odontogénica, procedeu-se a biópsia incisional que confirmou o diagnóstico de adenoma pleomórfico, tendo sido realizada a excisão da lesão com inclusão do periósteo subjacente. Até a data não há indícios de recidiva.
- Tumores Odontogénicos Queratoquísticos Múltiplos em Síndrome de Gorlin-GoltzPublication . Coutinho, FA; Fonseca, L; Fernandes, A; Pinheiro, J; Malheiro, RIntrodução: A síndrome de Gorlin‐Goltz ou síndrome dos basaliomas nevoides múltiplos é uma patologia autossómica dominante, provocada por uma mutação no gene de supressão tumoral PTCH, localizado no cromossoma 9 (q22,3‐q31). As principais manifestações clínicas são o aparecimento de múltiplos carcinomas de células basais, associado a alterações osteoesqueléticas e a tumores odontogénicos queratoquísticos. Estes últimos estão presentes em 80% dos casos e podem ser diagnosticados nas primeiras décadas de vida, constituindo geralmente a primeira manifestação da síndrome. São habitualmente indolores, podem ser múltiplos, afetando qualquer região dos maxilares e estando quase sempre relacionados com alterações da erupção dentária. É frequente a presença de outras anomalias craniofaciais, nomeadamente fenda lábio‐palatina, bosseladura frontal e temporoparietal, macrocefalia e hipertelorismo. Descrição do caso clínico: Rapaz de 13 anos, proveniente dos Açores, referenciado a consulta hospitalar por múltiplas lesões hipertransparentes dos maxilares; antecedentes de parto pré‐termo, macrocefalia, pectus carinatus, hipercifose dorsal e atrofia dos músculos da cintura escapular. Objetivamente, apresentava bosseladura frontal e temporoparietal, face assimétrica, implantação baixa dos pavilhões auriculares e tumefação mandibular bilateral. No exame objetivo, reconhecia‐se marcado abaulamento vestibular do 3.° e 4.° quadrantes. A ortopantomografia revelou 5 lesões hipertransparentes, 4 na mandíbula e uma na maxila. Pela suspeita de síndrome de Gorlin‐Goltz foram também pedidas radiografias do crânio, tórax e extralongo da coluna, reforçando a suspeita diagnóstica inicial, pela presença de calcificação da foice cerebral, costelas aplanadas e bífidas e múltiplas alterações vertebrais. Tendo em conta a idade, a dimensão das lesões e a probabilidade de recidiva, optou‐se por uma abordagem conservadora inicial, pela descompressão pré‐cirúrgica das lesões com tubos acrílicos, para posterior enucleação. Discussão e conclusões: A suspeita desta síndrome deve desencadear uma avaliação sistémica que permita o diagnóstico precoce e um seguimento apropriado, de modo a reduzir a morbilidade e a mortalidade associadas às lesões potencialmente malignas. Desconhece‐se a prevalência real desta síndrome em Portugal, não deixando de ser curioso que alguns dos doentes diagnosticados nesta unidade sejam oriundos do arquipélago dos Açores, sugerindo um possível cluster genético.
- Disfunção Temporomandibular como Síndrome Inaugural de Artrite Idiopática JuvenilPublication . Ribeiro, N; Fonseca, L; Fernandes, F; Pinheiro, J; Proença, FA artrite idiopática juvenil abrange um grupo vasto de doenças articulares inflamatórias de causa desconhecida, com aparecimento antes dos 16 anos de idade. A articulação temporomandibular está envolvida na Artrite Idiopática Juvenil em mais de 80% dos casos, embora assintomática em 70% destes. Este trabalho relata um caso de uma doente de 15 anos, previamente saudável, com antecedentes de tratamento ortodôntico, que inicia sintomatologia de disfunção temporomandibular. Devido ao início súbito e insidioso, à idade da doente e à escassez dos presumíveis fatores de risco da doença, procurou-se avaliar a hipótese de componente de autoimunidade que, não sendo ainda positivada desde logo, acabou por se confirmar com o diagnóstico de Artrite Idiopática Juvenil, num contexto de outro episódio artrítico de outra articulação. A doente encontra-se medicada com metrotrexato, a fazer com fisioterapia dirigida e terapêutica conservadora com goteira de estabilização oclusal com melhoria significativa da sintomatologia. O recente reconhecimento da prevalência elevada de artrite temporomandibular em crianças com Artrite Idiopática Juvenil, associada com a morbilidade relativa à articulação deve preocuparmo-nos enquanto clínicos a estar atentos à possibilidade de existência de Disfunção Temporomandibular, mesmo que assintomática, em doentes com Artrite Idiopática Juvenil, ou vice-versa, e investigá-las e tratá-las em conformidade.
- Recidiva de Tumor Odontogénico Queratoquístico nos Tecidos MolesPublication . Fonseca, L; Coutinho, F; Pinheiro, J; Fernandes, A; Malheiro, R; Carvalho, R1) Introdução: O Tumor Odontogénico Queratoquístico é um tumor benigno, uni ou multiquístico, localmente agressivo, com tendência à multiplicidade. Dada a taxa de recorrência, de 3 a 60%, têm sido propostos atos adjuvantes, acrescidos à enucleação, como a curetagem ou ostectomia marginal, a excisão da mucosa suprajacente, a complementação por crioterapia com azoto líquido ou recurso à Solução de Carnoy, até à ressecção em bloco da lesão envolta em osso. Os fatores que determinam a recidiva, ainda incertos, poderão relacionar-se com a atividade mitótica mais elevada nesta lesão, a presença de papilas epiteliais ou quistos filhos, ou um epitélio muito friável, que torna difícil não deixar fragmentos na loca durante a enucleação. Entre outras vantagens, as alterações histológicas decorrentes da descompressão, parecem estar relacionadas com menor recidiva. O Tumor Odontogénico Queratoquístico dos tecidos moles ou Queratoquisto Odontogénico Periférico, raro como evento primário, impõe enquanto recidiva a necessidade de otimização da terapêutica conservadora. 2) Descrição do Caso Clínico: Doente de 16 anos, com história de Tumor Odontogénico Queratoquístico do 4º quadrante, havia 2 anos, altura em que foi submetida a enucleação com curetagem óssea periférica, após descompressão pré-cirúrgica. Em follow-up, surge nova radiotransparência no 4º quadrante. Radiologia intra-oral sem alterações ósseas evidentes. Na exploração cirúrgica, reconheceu-se a inexistência de cortical externa e a presença de uma única loca óssea íntegra, preenchida por lesão recidivante ou quisto filho, proveniente dos tecidos moles, que foi totalmente excisado. Sem recidiva até à data. 3) Discussão e Conclusões: A terapêutica do Tumor Odontogénico Queratoquístico permanece controversa, ainda que seja bem aceite a abordagem primária conservadora, com ou sem atos terapêuticos adjuvantes. A grande vantagem do tratamento conservador é a preservação das estruturas anatómicas, sobretudo nas idades mais precoces para minimizar prejuízos no crescimento e desenvolvimento faciais. Várias terapêuticas adjuvantes têm sido advogadas, em associação à enucleação ou anteriores a esta, para diminuição das taxas de recidiva. A evidência atual, a partir de meta-análise (Al-Moraissi EA et al) indica que a excisão da mucosa suprajacente ao queratoquisto, diminui a recidiva do mesmo, especificamente nas regiões do trígono retromolar, maxilar posterior e em lesões perfurantes das corticais, quando associada à enucleação e ao uso de Solução de Carnoy ou azoto líquido (quando indicado).
- Próteses Dentárias Implanto-Suportadas Aparafusadas e CimentadasPublication . Leão Mendes, NA escolha entre usar o sistema aparafusado ou cimentado deve ser baseada no conhecimento e na experiência do profissional, bem como nas necessidades do paciente. Assim, deverá ser obtido um plano de tratamento criterioso e personalizado de acordo com as particularidades de cada caso clínico.
- Leucoeritroplasias - Lesões com Potencial MalignoPublication . Fonseca, L; Pinheiro, J
- Sobre Dois Casos de Fibroma Ossificante Periférico: Apresentação Clínica e Diagnóstico DiferencialPublication . Prates, M; Caixeirinho, P; Machado, MC; Martins, A; Ribeiro, N; Fernandes, F
- Terceiros Molares Inclusos: Técnica Cirúrgica e IndicaçãoPublication . Prates, M
- Síndrome de Stevens-Johnson. Apresentação de Caso ClínicoPublication . Caixeirinho, P; Fonseca, L; Machado, C; Fernandes, AIntrodução: A Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma doença mucocutânea rara e potencialmente fatal, mais frequente no sexo masculino, cuja incidência aumenta com a idade e em determinados grupos de risco. A SSJ e a Necrólise Tóxica Epidérmica (NET) são duas entidades da mesma doença, com severidade diferente. A etiologia não é clara, mas pensa-se que se deva maioritariamente a reacções adversas a fármacos. Caso clínico: Um jovem de 17 anos de idade, sem antecedentes pessoais relevantes, foi observado no Serviço de Urgência por surgimento de lesões maculopapulares, com 3 dias de evolução, dispersas pela face, cavidade oral, tronco e extremidades, com prostração e taquicardia. Foi internado com o diagnóstico de SSJ. Discussão e Conclusões: O SSJ e a NET têm grande morbilidade e considerável mortalidade. O rápido reconhecimento desta identidade, com a remoção do fármaco desencadeador é essencial. A perda da função de barreira da pele, com a consequente alteração da homeostasia, implica muitas vezes a manutenção da terapêutica de suporte em Unidades de Cuidados Intensivos ou de Queimados.